A Polícia Federal deflagrou nesta terça-feira (12) a operação Rastro Cirúrgico, que investiga um suposto esquema de fraudes em licitações e desvio milionário de recursos do Sistema Único de Saúde (SUS). Entre os investigados está o cirurgião vascular Gustavo Marcatto, de 35 anos, conhecido como o “médico das estrelas” por atender diversas celebridades.
Foram cumpridos 13 mandados de busca e apreensão em cidades de Mato Grosso do Sul e em São José do Rio Preto (SP), onde Marcatto reside em um condomínio de luxo. A Justiça também determinou o bloqueio de bens, avaliado em até R$ 5 milhões por investigado, além da apreensão de veículos, armas e pedras preciosas.
Segundo a Polícia Federal, o grupo teria montado clínicas fantasmas e superfaturado contratos para desviar recursos destinados à saúde pública. Entre as fraudes apuradas estão a ausência de prontuários médicos, prestação de serviços não realizados e manipulação de documentos para justificar repasses milionários.
Do Samu à fama internacional
Marcatto se formou pela antiga Unicastelo (hoje Universidade Brasil) e fez residência em cirurgia geral na Famerp, em Rio Preto, além de especialização em cirurgia vascular no Instituto de Moléstias Cardiovasculares. Antes da fama, chegou a atuar como plantonista no Samu.
Ao longo da carreira, conquistou visibilidade ao utilizar técnicas modernas e o uso do laser em tratamentos estéticos contra varizes e vasos sanguíneos. Com mais de 329 mil seguidores no Instagram, afirma já ter atendido pacientes de 32 países. Entre seus clientes estão nomes conhecidos como Ana Hickmann, Adriane Galisteu, Luciana Gimenez, Deborah Secco, Zé Neto (da dupla com Cristiano) e Ticiane Pinheiro.
Conexões com o mundo das celebridades
A notoriedade de Marcatto não se limitou ao consultório. O médico também participou de eventos beneficentes como o leilão do Instituto Neymar Jr., ampliando sua rede de contatos entre atletas e artistas. Essa proximidade reforçou sua imagem de “médico das estrelas”, título que agora contrasta com as acusações de envolvimento em desvios de recursos da saúde pública.
Situação judicial
Além das buscas e apreensões, a Justiça determinou medidas cautelares que incluem o afastamento de gestores públicos e a proibição de contato entre investigados. Caso as denúncias sejam confirmadas, os crimes podem resultar em penas de 10 a 33 anos de prisão.
Até a última atualização desta matéria, a defesa do médico não havia se manifestado.
A Polícia Federal informou que as investigações continuam e que o objetivo é não apenas punir os envolvidos, mas também recuperar os valores desviados, garantindo o ressarcimento aos cofres públicos.
