Um jovem de 19 anos, ex-integrante do Exército, ainda lida com as consequências físicas e psicológicas após ter sido violentamente agredido por colegas dentro de um quartel em Pirassununga (SP). O caso ocorreu em janeiro, mas os impactos seguem presentes em sua rotina.
Segundo ele, a sessão de espancamento foi tratada pelos agressores como um “batismo”, prática que afirmaram ser comum com novos soldados. Seis militares participaram das agressões, utilizando itens como ripa de madeira, um remo de cozinha industrial e até o cabo de uma vassoura, que foi quebrado na região anal da vítima. Outros cinco soldados também teriam sido atacados naquele mesmo dia.
Desde então, o ex-soldado, que não quer se identificar, sofre com crises de ansiedade, insônia e abalos emocionais severos. Para conseguir dormir e controlar os sintomas, faz uso diário de três medicamentos: um ansiolítico, um antidepressivo e um antipsicótico. O tratamento custa cerca de R$ 350 por mês, valor que atualmente é custeado por seu tio, com quem vive.
Ele foi desligado da corporação em abril e tenta retornar por meio de uma ação judicial. Enquanto isso, enfrenta dificuldades para dar continuidade ao acompanhamento psicológico. “Estou há semanas tentando agendar uma consulta. Disseram para pegar uma nova guia, mas não sabem se vai ser autorizada. É sempre um jogo de espera”, desabafou. Apesar disso, segue sendo atendido por um psiquiatra.
Os seis envolvidos nas agressões foram expulsos do Exército. Em resposta, a instituição afirmou que continua prestando assistência médica ao ex-integrante, mesmo após o seu desligamento oficial.
“Disseram que era uma tradição, um trote que todos passavam. Mas isso não justifica a violência. Espero que eles respondam pelos atos que cometeram”, afirmou o jovem.

13 de junho de 2025/
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